Passa das onze e meia da noite de Sexta-feira, 30 de Abril de 2004. No Mercado da Ribeira, em Lisboa, há baile de
Danças Europeias, animado pela banda
Monte Lunai. E eu estou lá. As noites de Danças Europeias na Ribeira costumam ser de arromba: ambiente divertido, cheio de energia positiva, montes de pessoal, muita
freakalhada, muitas raparigas bonitas cheias de vontade de abanar o corpo e, claro, muita música. Vou sozinho, mas tudo bem – tenho a certeza de encontrar alguns conhecidos e, com sorte, fazer novos amigos (ou, mais precisamente,
novas amigas).
No salão principal já se dança! No palco, os
Monte Lunai atacam alegremente os instrumentos e, na pista de dança, a turba animada ondula febrilmente ao som da sua música. Descubro um casal amigo entre os felizes dançarinos e, assim que a música termina, cumprimentamo-nos, num ambiente de alegria e descontracção. Entretanto, a professora da banda ordena que os dançarinos, juntos em pares, formem uma roda para a dança seguinte. Para os meus amigos, tudo bem, mas eu quero dançar e
não tenho par (nem me apetece chamar o António!). Rapidamente, convido a rapariga mais próxima para dançar comigo. Ela aceita. Não sabe dançar nada daquilo, mas pouco importa – o pessoal diverte-se na mesma. E eu tive sorte – acertei numa miúda que não só é
gira (que belos olhos!), como também
simpática. Esta noite está
do caraças!Passa-se assim algum tempo. Até que, pouco depois da meia-noite, durante uma merecida pausa entre duas músicas, a vejo.
É ela! A
loira gira das mamas grandes que conheci no último baile de Danças Europeias, na noite de Sexta-feira, 12 de Março! Desta vez,
não posso sair do baile sem o número de telemóvel dela! E,
milagre dos milagres!, parece que alguém lá em cima (ou lá em baixo) ouviu as minhas preces, porque, assim que a banda enceta uma bela valsa, ela abandona os amigos e dirige-se a
mim, para
me convidar a dançar! Esta noite está
mesmo do caraças!
Eu ainda me lembro do nome dela (
como o poderia esquecer?!) e ela ri-se, alegre e surpresa. Ao perceber que estou só no baile (porque, entretanto, perdi o casal amigo), apresenta-me às suas amigas e recebem-me no seu grupo.
Espectáculo! Ela não só é gira e tem um sorriso magnífico, como também é simpática e
atenciosa! Ao longo de
três horas, conversamos muito e dançamos ainda mais – não há dúvida que ela está a gostar da minha companhia. Fico a saber que mora em Sintra e é professora de música. Entretanto, conduzo-a numa
mazurka europeia e ela, ao descobrir que também sei dançar a
kizomba, pede-me que a ensine. Acabo por ensiná-la a ela e também às amigas. Noto pelas reacções delas que estão
muito bem impressionadas pela minha pessoa. É natural, já que, a juntar ao meu
charme e simpatia naturais, a noite me está a correr lindamente e eu sinto-me
on top of the world! Esta noite não está do caraças, está é
inacreditável!
É, portanto, com alguma pena que, pouco depois das três da manhã, e pressionado pelo casal amigo, dou por terminado o baile – a noite avança e nós ainda somos esperados noutras paragens, para
outras festas. Ao despedir-me da minha nova amiga, peço-lhe então o seu número de telemóvel. Ela demonstra ser uma pessoa
fora do vulgar, de enorme vivacidade e boa disposição, e revelando, ao mesmo tempo, uma maturidade que excede os seus 23 anos de idade. E eu
quero definitivamente conhecê-la melhor. Contudo, durante um cagagésimo de segundo (não mais!), ela parece hesitar, antes de me dar o seu número. Mas dá-mo.
... Para, logo de seguida me avisar que está
noiva e prestes a
casar!
Arrrrrgh! Eu devia ter adivinhado! Era bom
demais para ser verdade!...
Oh, well! That’s life. Win some, lose some. Cheguei atrasado. Devia tê-la conhecido há uns anos
atrás. Talvez na próxima encarnação tenha mais sorte... Seja como for, passei uma noite
espectacular, na companhia de uma pessoa
excelente. E isso é que importa. Entretanto, outros bailes virão. E outras miúdas também. “
Next!”