sábado, maio 01, 2004

O BARRIL

Depois de um baile alegre e movimentado como o do Mercado da Ribeira, que é que apetece mais fazer? Emborcar, claro, que um gajo ‘tá cheio de sede! Assim, depois de abandonar o baile, numa altura em que já passa das três da manhã, dirijo-me com mais três amigos (o casal e um outro grande amigalhaço que andava aos caídos lá pela Ribeira) a um edifício por trás do IADE, onde uns amigos comuns organizam uma brutal party para despejar como se não houvesse amanhã. Compram uns valentes hectolitros de cerveja e sangria (a dividir por todos), alugam um espaço e juntam-se todos para conviver e emborcar pela noite adentro, até o Sol raiar. Chamam-lhe “O Barril!” E, aparentemente, tem sucesso, pois já vai na sua quinta edição e aquilo cada vez está maior – mais gente, mais bebida, mais gajas! Oh yeah! Se quiserem deitar uma vista de olhos pelas fotos desta edição (e também das anteriores), apontem os browsers para www.nfist.ist.utl.pt/~jvgama e curtam a cenaça. Procurem bem, e com certeza me encontram para lá a fazer caretas.

Ao chegarmos, já a festa vai muito adiantada. Já está o pessoal todo muito quente, muito alegre. E é normal, pois já estão a encher a cara há umas boas horas! Nós entramos e somos logo bem recebidos. As caras conhecidas do costume, aqui e ali, fazem-nos a parar e trocar dois dedos de conversa com os amigos que já não vejo há algum tempo (talvez desde o Barril anterior!). Tudo é festa e alegria!

Depois de me aviar com um belo copo de sangria, sento-me ao lado de uma amiga minha, muito gira e fofinha, do género petite (que apetece abraçar e dar beijinhos), que me presenteia com uma das mais calorosas recepções da noite. Aproveito que o namorado dela não está por perto para conversar com ela à vontade, antes que o gajo chegue e a leve com ele.

De repente, vejo o gajo do outro lado da mesa a que estamos sentados. Só que, para meu grande espanto, ele não parece minimamente incomodado com a minha conversa com a sua namorada... Pelo contrário, ele parece estar bem mais interessado na miúda em cujo pescoço está a respirar. Interrogo a minha companhia nesse sentido e, com alguma surpresa, ouço-a anunciar que, afinal, após dois anos e meio de namoro, eles acabaram recentemente. “A sério?!” digo eu, “Mas olha que isso é muito bom!” “Então porquê?” pergunta ela, chocada. “Porque significa que, agora, já me posso atirar a ti!” Por momentos, ela fica sem reacção. Depois, habilmente, brinca com o assunto, mas assente! Oh yeah! Esta noite está mesmo inacreditável!

Conversamos durante quase duas horas. Ao bater das cinco da manhã, anuncio a minha retirada. O meu amigalhaço continua aos caídos por ali e acho por bem acabar com o seu sofrimento, já que ele foi tão porreiro por ter aguentado a última hora a passear de um lado para o outro, enquanto eu dava conversa à menina (e ela a mim!). O seu sacrifício é de maior valor ainda se tivermos em conta que o gajo não conhece ninguém no Barril. E que vou dormir a sua casa. Conclusão: o gajo está à minha espera p’a bazar. É um excelente amigo! Here’s to you, buddy!

Despeço-me então da linda menina, aproveitando o ensejo para a convidar a sair durante o dia. Ela pergunta-me se estou a pensar em algo em especial e eu replico que apenas quero estar com ela. “Isso é uma onda muita boa,” diz ela. Pois é. É a melhor de todas, baby!

Chego a casa exausto. Mas feliz. A Vida é engraçada. Tão depressa nos dá um pontapé nos queixos, como, logo de seguida, um beijo na testa. Que noite incrível! Out of this world!

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