quinta-feira, março 30, 2006

UM DIA NA VIDA DO JACARÉ VOADOR

9:00h – FUCKuldade de ArquiTORTURA de Lisboa, Alto da Ajuda. Curso de Arquitectura, 5.º e (finalmente!) último ano. Duas horas teóricas de Recuperação Arquitectónica, seguidas de duas horas práticas de Estruturas II. Este até é um dos mais toleráveis dias da semana, porque os professores de ambas as cadeiras são competentes e acabam por transmitir algum interesse pela matéria aos alunos. Não que eu tenha interesse em aprender seja o que for nesta instituição. Aquilo que eu precisava de aprender aqui já aprendi há muitos anos: que os arquitectos são uma cambada de fideputas narcisistas, arrogantes, mesquinhos e vingativos com quem não quero ter o mínimo contacto quando finalmente me formar. Não sou nada a favor de limpezas étnicas ao velho estilo nazi, mas quando penso em arquitectos (especialmente na nossa classe nacional) vacilo um pouco nas minhas convicções. Factor gajas: médio. Há uma ou outra miúda interessante, mas são todas arquitectas em potêncianeed I say more? Abra-se uma excepção para a minha colega Sassita, uma bela morenita que, além de não gostar de Arquitectura, cozinha que é um regalo!

13:00h – Cantina Universitária. Hora de almoço. A cantina é um deleite para os olhos, com os seus rebanhos pululantes de jovens universitárias. Com a chegada da Primavera e as raparigas cada vez mais desnudas, só apetece comer, o que é perfeito para o local em causa. Mas hoje, entre a aula que se prolongou para além da hora e a reunião ao princípio da tarde, o Jacaré só tem tempo para ver as vistas. Factor gajas: estratosférico! – em quantidade e qualidade. A melhor hora do dia!

14:30h – Editora Cavalo de Ferro, Bairro Alto. Fui convidado para ilustrar uma colecção de livros sobre dança que a Cavalo de Ferro pretende publicar. Na reunião de hoje, sou apresentado ao escritor, que se mostra muito entusiasmado com os meus rabiscos. Temos uma semana para preparar uma maqueta do projecto para apresentar aos possíveis compradores. Isto significa que vou ter (mais) uma semana bastante ocupada... Factor gajas: baixo. Só uma das três raparigas presentes é minimamente interessante. Ironicamente, é a que tem cara de menos amigos...

16:00h – “Lugar da Música,” Benfica. Aula de guitarra clássica. Ando desde Dezembro a aprender a tocar. The Most Unspeakable Creature, o meu professor (e já um grande amigo), diz que ainda me hei-de revelar um virtuoso da guitarra, porque aprendi em 4 meses o que a esmagadora maioria das pessoas leva o dobro ou o triplo do tempo a aprender. Infelizmente, a minha evolução tem abrandado nas últimas semanas, porque quase não tenho tido tempo para praticar, devido ao intenso trabalho dentro e fora da faculdade. Factor gajas: muito baixo. A única rapariga da aula deve ter uns 12 aninhos, portanto está ainda muito verde. Mas já vai tocando qualquer coisita...

Noutras tardes, tenho ainda aulas de Danças de Salão (nos Anjos) e dou aulas de Geometria Descritiva num Centro de Explicações (em Queluz). Factor gajas (aula de dança): bom em quantidade, mas tudo material usado. Factor gajas (explicações): médio, com tendência a bom. Se continuar assim, a minha explicanda de 16 anos há-de tornar-se uma mulher muito interessante.

19:00h – Num dia normal, estaria a esta hora no emprego, nas Amoreiras. Mas hoje estou de folga. E por isso estou no Castelo de Pirescoxe, em Santa Iria de Azóia, Loures. Durante a quinzena passada, foi este o local que albergou a minha primeira exposição de Banda Desenhada e Ilustração, em conjunto com a exposição foto/gráfica do grupo Embrionário, a que pertence o meu amigo jOhn. Hoje é dia de desmontagem, após o que foi considerado pela organização do evento como “um grande sucesso.” Entre os muitos elogios que recebemos destaco o da assistente do Vereador, que considerou o nosso trabalho de “elevada qualidade e profissionalismo.” Para aqueles que visitaram a minha exposição, os meus sentidos agradecimentos. Espero que tenham gostado. Para os que não visitaram, hão-de haver outras oportunidades. Deixo-lhes aqui o cartaz, para que vejam bem o nível da coisa. Catita, hã? Factor gajas: nulo. Desmontagem é trabalho p’a gajo.


20:00h – Atelier do Embrionário, Praça da Alegria. Paragem obrigatória para depositar o material retirado da exposição. Factor gajas: continua nulo. Mas o jOhn começa a parecer apetitoso...

21:00h – Restaurante “O Sapador,” Santos. Jantar de ano. Não obstante a meia hora de atraso, o jOhn e eu somos dos primeiros a chegar ao local. E eu estou esgalgado de fome, que hoje nem tive tempo para almoçar! Dos cerca de 150 alunos que constituem as cinco turmas do ano, apenas um terço comparece à chamada para o grande jantar de ano. Quanto à cambada de coninhas que decidiu ficar em casa, espero que se estejam a divertir neste momento, de volta da maqueta de Projecto (mariconços!). Factor gajas: elevado e com tendência a melhorar (jOhn, you’re off the hook). Podem ser arquitectas em potência, sim, mas estas meninas ainda têm vida social, como o prova o facto de terem alinhado no jantar, em vez de ficarem em casa a atrofiar.

23:00h – Num dia normal, estaria a esta hora a sair do emprego, depois de um dia preenchido. N’ “O Sapador,” porém, o jantar atinge agora o seu auge. De barriga cheia e após uns belos copázios de sangria, não há dúvida que este pessoal está muito mais interactivo. Factor gajas: excelente, a todos os níveis. Passo parte do jantar à conversa com uma Maggie (turma D), ex-bailarina com um sotaque portuense muito sensual (desde o namoro com a Ruiva, acho piada a raparigas com sotaque tripeiro, não há nada a fazer), mas a pequena Sara (turma B) é que me encanta. Petite e muito fofinha, apetece abraçar e dar beijinhos. Obviamente, não lhe faltam cães aos tornozelos...

1:00h – Bar do teatro “A Barraca,” Santos. Concerto de Jazz. Após o jantar, o grupo de comensais fragmentou-se e dispersou, seguindo cada fracção a sua especial inclinação noctívaga. Aceitando a sugestão da pequena Sara, resolvi alinhar com o grupo que veio ao Jazz. Nem conheço a banda, mas os tipos são bons! Ou isso, ou já tenho demasiado álcool no sangue e tudo me parece maravilhoso. Factor gajas: apesar da divisão do grupo, o nível de qualidade mantém-se, pois não faltam miúdas giras no concerto. Bom, ou isso, ou tenho mesmo demasiado álcool no sangue...

3:00h – Paço de Arcos, Oeiras. Chegada a casa. Vou finalmente poder descansar este corpo, depois de mais um dia intenso em que andei a correr Lisboa e arredores. E amanhã segue a contradança. Factor gajas: agora, só em sonhos (depois de analisar sem qualquer pudor raparigas impúberes e classificar como “material usado” amigas que me são queridas, abstenho-me de comentar sobre a única mulher presente que resta. Convenhamos, é a minha mãe! Há limites! Até mesmo para um Jacaré). Ora boa noite e até amanhã!