quarta-feira, maio 19, 2004

DIVIDIR PARA CONQUISTAR

Conhecem aquela das Rainhas Magas? A anedota que conta o que aconteceria se, ao invés de três Reis Magos, tivessem sido três Rainhas Magas a visitar Jesus em Belém, aquando do seu nascimento? Reza a história que teriam chegado a horas, teriam oferecido presentes de jeito, ao invés de coisas sem qualquer préstimo, como incenso e mirra (já do ouro, ninguém contesta a sua utilidade), teriam levado roupinhas para o bebé e uma manta para o aconchegar na manjedoura, teriam cozinhado uma boa paparoca lá p’á malta, teriam lavado a louça toda e dado um jeito ao estábulo e, finalmente, teriam ido embora ainda antes dos Reis Magos se fazerem à estrada.

Contudo, no caminho de volta, teriam gasto o tempo todo em comentários maledicentes acerca da pobreza do casal, da insalubridade do seu modo de vida conjunta com os animais, da rudeza dos pastores, do carácter de corno manso de José e da falsa virgindade de Maria.

Na semana passada, ao escrever acerca do facto das mulheres não saberem o que querem, e aludindo às reacções delas a esta afirmação, referi que “... as mais exacerbadas explosões de cólera têm sempre como causas o medo e/ou a opressão.” E acrescentei que “este é um caso típico de medo.” Porém, como não podia deixar de ser, logo houve quem levantasse a sua voz em protesto! Que não, que não era caso de medo, mas sim de opressão! Na sua forma mais antiga: opressão da mulher pelo homem!

Ora, give me a break! Essa conversa é boa é para os Taliban e a lei da burka! Mas para nós, felizes cidadãos do mundo moderno ocidental, não se aplica. Para nós, a opressão da mulher pelo homem é coisa que já não existe! Duvidam? Olhem à vossa volta! Hoje em dia a mulher partilha todos os direitos e oportunidades que cabem ao homem na vida em sociedade. Até a vemos a conduzir autocarros! E, tal como na anedota das Rainhas Magas, ela não só pode desempenhar qualquer cargo que o homem, como o faz tão bem ou melhor que ele! Provas? Basta olhar para as Universidades do país – cada vez aumenta mais o número de meninas universitárias e licenciadas, especialmente em comparação com o número de membros do sexo oposto. Elas estão a entrar em força no mercado de trabalho e nós, homens, estamos a deixar-nos sufocar, sem poder fazer nada para equilibrar a situação. Porque a mulher tem uma capacidade de organização e uma tenacidade para atingir os objectivos a que se propõe (ou, dito por outras palavras, espírito de sacrifício e muita dedicação) que a transformam numa verdadeira máquina multi-tarefa. Conheço vários casos de mulheres (amigas minhas) que, durante anos, mantiveram uma vida de trabalho a full-time durante o dia e aulas na faculdade à noite (ou vice-versa), enquanto, nos intervalos, ainda tinham uma família de marido e filhos (em certos casos, só filhos) que não podiam descurar! É obra!

Meus amigos, elas só não governam o mundo, porque não sabem a força que têm juntas! Porque elas estão divididas. O mundo da competição feminina é cruel e desapiedado. Elas são todas inimigas umas das outras e competem por tudo! Tal como na anedota, adoram gastar o seu tempo com intrigas, coscuvilhices e a espetar facas nas costas umas das outras. Homem não faz isso. Regra geral, porque lhe falta a finesse que a dissimulação requer. E, além disso, tem memória curta e é preguiçoso demais para alimentar ódio a quem um dia cometeu uma falta para consigo, por muito grave que tenha sido. Mas ela não. Mulher ofendida, não esquece. E faz pagar.

Contudo, eu acredito que o dia em que elas vão abrir os olhos se aproxima inexoravelmente. Elas hão-de unir-se. E, quando isso acontecer, governarão. Não tenho quaisquer dúvidas. A minha única dúvida reside em saber se elas tolerarão manter por cá o homem ou se o exterminarão sem qualquer piedade. Com o avanço tecnológico, há-de chegar a altura em que elas nem dos nossos espermatozóides terão necessidade. Bastar-lhes-á a clonagem. E a si mesmas.

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