sexta-feira, agosto 27, 2004

CRÉDITO IMERECIDO

Quem tem conta no Millennium bcp (com dois eles e com dois enes, hã? Aposto que foi um tio de Cascais que inventou esta parolice!) com certeza já se apercebeu que o banco não é muito fiável. De facto, já me aconteceu o banco enganar-se e debitar-me duas vezes a mesma mensalidade do plano de saúde que subscrevo. Por outro lado, também já me aconteceu creditar-me duas vezes o salário do mesmo mês. Se a coisa ficasse ela por ela, nem me chateava com o assunto. Mas isso nunca acontece. Porque, quando o erro desfavoreve o banco, a situação é rapidamente rectificada, ao passo que quando o desfavorecido sou eu... o banco nunca é tão lesto a corrigir o engano. Na verdade, e se um gajo não se mantiver atento e não lhes apontar o erro, levam-lhe o guito e ainda se ficam a rir, essas sanguessugas do prepúcio!

Já alguma vez lhe aconteceu a si, que agora lê estas linhas, o seu banco enganar-se e creditar dinheiro a mais na sua conta? É uma situação estranha – um gajo sabe que o dinheiro não é seu, que nada fez para o merecer e que, muito provavelmente, alguém ficou a arder por causa desse engano (porque o raio do dinheiro deve ter vindo de algum lado!)... Mas sabe-lhe bem aquele dinheirinho a mais... É como se o Universo lhe dissesse: “Tens sido tão bom rapaz que decidi agraciar-te com um pequeno bónus. Força, toma-o. É teu, aproveita!” E o gajo pensa: “Ah, afinal existe Justiça! Finalmente o mundo reconhece o meu valor!” E, no entanto, por outro lado, existe sempre aquele medo... de tudo aquilo ser apenas uma bela e doce ilusão... e de se vir a ter de pagar mais cedo ou mais tarde por ter aproveitado a situação...

Por vezes, é exactamente assim que me sinto em relação à Ruiva. Ela é uma rapariga tão extraordinária que dou por mim a pensar que diabos terei feito para a merecer... Assusta-me pensar que tudo isto não passa de uma ilusão e que ela tenha sido creditada na minha vida por engano. E estou à espera de atender um dia o telefone para ouvir:

– Queira desculpar, mas houve um lamentável engano! Um dos nossos colaboradores fez asneira da grossa e creditou por engano uma Ruiva na sua vida. Andou tudo louco à procura dela até que os nossos sistemas informáticos indicaram que ela estava na sua vida. Mais uma vez, as nossas mais sinceras desculpas. Vamos regularizar de imediato a situação.
– Ah, mas... Quer dizer então que... vão levar a Ruiva?... – perguntarei eu.
– Claro que sim, seu malandro. A Ruiva pertence a outro cliente, alguém que realmente fez por merecê-la, e não você, sua fraude! Mas nem tudo é mau, deixe lá. Porque, de acordo com os nossos registos, o engano deveu-se a uma troca. Você deveria ter recebido algo, sim. Não a Ruiva. Mas outra rapariga.
– Isso significa que eu recebi a Ruiva enquanto o... outro cliente recebeu a rapariga que me era destinada?
– Nem mais! E, acredite que, tal como você, também ele estava farto de se perguntar que diabos tinha feito para a merecer... Por isso, já vê, de certa maneira, ela é tal qual a Ruiva. Tenho a certeza que você a vai adorar!
– Ah, bom... Então e... ela é gira?
– Está a brincar?! Claro que não! Ela é feia como uma noite de trovões, é coxa e marreca, tem buço e mau hálito. Mas é extremamente simpática.
– O quê?! Mas... não pode ser! Deve haver algum engano!
– Não, caro amigo. O engano foi antes. Better face it, baby… Cada um tem aquilo que merece.

Damn!

quinta-feira, agosto 26, 2004

“SHREK 2”

Assisto (finalmente!) ao filme “Shrek 2,” da Dreamworks. O filme é muito bom, um verdadeiro espectáculo, mas não o considero (nem de perto!) superior ao primeiro, conforme muita gente me tentou (e tenta) convencer. Para começo de conversa, considero o argumento o primeiro filme muito mais inovador e consistente, com a total subversão das leis mais básicas dos contos de fadas tradicionais a culminar na genial transformação final da princesa da praxe numa ogra (isto existe? Ou deveria dizer “ogre fêmea”?) e que, a despeito de todas as tangas que a moderna sociedade de consumo nos impinge, atinge a felicidade ao tornar-se baixinha, gordinha e de pele verde.

Este segundo filme volta, obviamente, a apostar na mesma fórmula que o primeiro. E, previsivelmente, volta a resultar. Contudo, pelo caminho perdeu alguma da originalidade e frescura que o primeiro filme tinha. Tenta compensar esse facto com acção desenfreada e grandes efeitos visuais, assim como com inúmeros gags a evocar momentos chave de tantos outros filmes que fizeram história (artifício que se usa muito em comédia e que resulta sempre bem – porém, não passa disso, de um artifício. Não é comédia a sério). Tudo fogo de vista. Que, na minha opinião, não serve para esconder a pouca coesão do conjunto.

O Gato das Botas, de quem ouvi falar tão bem, é a imagem perfeita da falta de consistência que encontro no filme. Quer dizer, que raio de assassino a soldo é este que, de um momento para o outro se passa para o lado do adversário, desonrando completamente o contrato que se comprometeu a cumprir, sem sequer parar para ponderar o assunto? É a sua honra que está em jogo, que diabo! A situação é, no mínimo, pouco credível. Mesmo a sua relação de rivalidade com o Burro, que poderia ter gerado mil e uma situações interessantes, acaba por ser pouco ou nada aproveitada (e até mesmo repudiada!)... Quase parece que os próprios criadores tiveram medo que os espectadores acabassem por preferir o Gato ao Burro e, por isso, tivessem resolvido cortar logo o mal pela raiz e fazê-los aliados. Pela minha parte, escusavam de se ter preocupado – prefiro mil vezes o chato tagarela do Burro ao kiss ass do Gato. Nobody likes a kiss ass.

E os erros! O filme tem um monte de erros flagrantes! Quando o Gato ataca o Shrek, por exemplo, lhe salta para dentro da roupa e lhe sai pelo peito, rasgando a camisola (numa cena demasiado Alien para ser coincidência), a camisola não fica rasgada! Pelo contrário, reconstrói-se imediatamente e durante a própria cena! E no final do filme, quando o Shrek volta a transformar-se em ogre, aparece automaticamente com as suas roupas de sempre, em vez da fatiota ridícula de humano que o gajo envergava na altura da transformação. Não se percebe porquê, já que, aquando da sua transformação em humano, as suas roupas de ogre se mantêm!

Mas não pensem, caros leitores, que detestei o filme. Longe disso! Muito pelo contrário, adorei! Gostei especialmente da personagem do Pinóquio (que, aliás, já tinha curtido no filme anterior)! E delirei com o Dragon Punch que a Fiona desfere durante uma das cenas de luta. Lindo! O Ryu e o Ken haveriam de ficar orgulhosos dela! E, na verdade, esse momento é tão bom quanto o momento em que o Shrek faz o Tombstone, durante a luta livre no primeiro filme!

Mas há algo que me deixou a pensar... A poção que o Shrek e o Burro tomam também afecta as almas gémeas, certo? Ora, o Shrek e a Fiona tornam-se humanos, e o Burro um belo garanhão. Pergunto eu: e a Dragoa?! Em que diabos se terá transformado a Dragoa? Numa... baleia voadora? Hmmm... Serei eu o único a reparar nestes pormenores? Serei eu o único a perder tempo com estas considerações?... I wonder...

sábado, agosto 21, 2004

SAUDADES

Duas semanas após o fim do Andanças, já eu estou a transbordar de saudades da Ruiva. Por isso, decido-me: vou visitá-la ao Porto! Os meus amigos mais chegados apoiam a fundo a minha decisão de ir até ao Porto (e voltar no mesmo dia) só para estar com ela. Mais: não só apoiam, como me olham com uma certa admiração e aquele sorrisinho que parece dizer: “Vê-se bem que este gajo está apaixonado. Só uma pessoa apaixonada faz uma loucura destas.”

Depois de uma noite passada em claro, apanho o autocarro da Rede-Expressos, no Arco do Cego, em Lisboa, às sete da manhã. Três horas e meia de sacudidelas depois, estou no Porto, onde passo um dia maravilhoso na companhia da minha adorada menina. Coisa curiosa: eu lembrava-me dela ser bela, contudo, a realidade suplanta completamente a minha recordação – ela não é bela, ela é inacreditavelmente bela! Não há foto que consiga captar a real intensidade daquele olhar!

Às oito horas da tarde deixo o Porto e (mais) três horas e meia depois, apertado e chocalhado até à medula no autocarro, chego a Lisboa. Passa pouco das onze e meia da noite quando recebo um telefonema dela:

Onde estás?...
– Acabei de chegar a Lisboa. O autocarro está a chegar agora mesmo ao terminal.
– Que é que estás a fazer ? Já estou cheia de saudades tuas; volta!...
– Está bem, vou apanhar o autocarro da meia-noite de volta para o Porto!

E, acreditem, não me falta vontade para o fazer! Porque a verdade é que fui ao Porto para matar as saudades... e voltei de lá com mais saudades que as que levei! Que coisa danada!... Mas ainda bem, ainda bem! Mau teria sido voltar de lá completamente aliviado de saudades – porque quando alguém não causa saudades, é porque não faz falta.

terça-feira, agosto 17, 2004

“LEVITY – REDENÇÃO”

Vou ao cinema com a minha amiga Salpico. Eu pago e ela escolhe o filme (para a próxima será ao contrário). E ela escolhe bem! Assistimos a “Levity – Redenção,” de Ed Solomon (argumentista e realizador. E também o argumentista dos filmes do Bill & Ted!!! Excellent!), com Billy Bob Thornton, Holly Hunter, Morgan Freeman e Kirsten Dunst. O filme já é do ano passado, mas só estreou agora em Portugal. Porque raio?...

Manual Jordan (Billy Bob) é um assassino que está preso há mais de vinte anos por um homicídio cometido na sua juventude. Graças ao seu bom comportamento, a sua pena é comutada e, para sua grande surpresa, ele é libertado. Perdido, e torturado pelos remorsos, ele procura Adele Easly (Holly Hunter), a irmã do rapaz por ele assassinado há vinte e três anos atrás, em busca de redenção. Entretanto, é contactado pelo pregador Miles Evans (Morgan Freeman), que lhe oferece emprego na Casa Comunal que ele dirige, onde permite que os jovens frequentadores de uma discoteca próxima estacionem os carros, a troco de 15 minutos de sermão. No decorrer do seu emprego, Manuel conhece Sofia Mellinger (Kirsten Dunst), uma das jovens frequentadoras da discoteca, que leva uma vida vazia e dissoluta, onde as pedradas são tantas que ela nem tem consciência de metade do que acontece na sua vida.

O filme retrata uma sociedade mais perdida que corrompida, onde ninguém é totalmente culpado ou inocente. Uma sociedade onde mesmo os assassinos têm consciência moral e social e onde, não obstante e independentemente das faltas cometidas, todos têm a capacidade (e oportunidade) para produzir algo de bom. E alcançar uma certa felicidade.

A transbordar de uma beleza fria e crua, é um filme pausado e introspectivo (sem, contudo, ser invasivo), que, deslizando numa cadência lenta, permite ao espectador uma profunda empatia com os sentimentos das personagens (magistralmente interpretadas pelo excelente naipe de actores). Posto desta maneira, o filme parece lamechas à brava, mas, trust me, não é. Nem sequer tem daquelas morais fáceis ou finais felizes irritantes que os américas têm muita mania de impingir a um gajo. A não perder. O Jacaré recomenda. Muito.

sexta-feira, agosto 13, 2004

GORDA DESILUSÃO

A propósito, lembram-se da “loira gira das mamas grandes,” do baile de Danças Europeias no Mercado da Ribeira, da noite de Sexta-feira, dia 30 de Abril de 2004? Aquela que estava para casar?... Pois bem, voltei a revê-la – no Andanças!

Não achei estranho encontrá-la por lá; para falar a verdade, até contava que ela lá aparecesse, uma vez que gosta tanto de Danças Europeias. O que achei estranho é que ela tivesse levado o noivo! O pé-de-chumbo que, segundo o que ela própria me revelou na noite do baile na Ribeira, não se interessa pela Dança. E, realmente, percebe-se logo porquê – o gajo é um beto gordalhão e gorduroso, absolutamente desprovido de estilo e com cara de parvo. O Flogger e o jOhn até ficaram chocados quando lhes apontei o parzinho.

De todas as vezes que me cruzei com o dito casal, no entanto, ela fingiu não me ver. Mas eu já calculava que isso fosse acontecer. Acredito que ela não se sentisse nada à vontade em cruzar-me com o pastel. Talvez tivesse receio que o badocha se sentisse ameaçado aqui pelo Jacaré. Mas ela não precisava de se ter incomodado, porque, assim que os vi juntos, percebi imediatamente que tem de haver algo de muito errado com aquela rapariga para andar com um sebento daqueles. Além disso, o facto dela me ter ignorado veio revelar que, afinal, a gaja é muito imatura. Porque não soube lidar com a situação sem fugir. Resultado: uma bela desilusão de rapariga.

Mas ainda me diverti com a cena. Se ela esperava que eu fizesse o jogo dela, enganou-se redondamente, porque, apesar dos seus esforços para me ignorar, eu fiz-me de parvo e fui mesmo falar com ela! Limitei-me a cumprimentá-la e a trocar as exclamações de surpresa que a situação justificava, nada mais. Depois disso, acenei-lhe uma vez por outra quando por lá nos vimos, entre este e aquele workshop. Mas sempre com o mais lindo dos sorrisos. Só para a lembrar que ela não controlava a situação. Nem me controla a mim.

RETIRADO DO MERCADO

Pois é, meus amigos (e especialmente as amigas), como já devem ter reparado por estas minhas últimas entradas, o Jacaré está oficialmente, desde o regresso do Andanças, retirado do mercado. Após longo tempo de abandono, o seu coração ganha nova inquilina – uma Ruiva de profundo olhar azul e meiga voz doce.

Contenham as vossas lágrimas, ó carpideiras inconsoláveis de coração despedaçado! Não vale a pena chorar sobre o leite derramado! (Caramba, estou possuído pelo espírito de um poeta rasca!) O Jacaré escolheu, está escolhido. Não há argumentação, súplica ou tentação que o demovam da sua paixão! (E o raio do poeta a dar-lhe!) Desvaneçam-se as vossas pretensões em relação a este belo pedaço de homem, que ele já está tomado e é homem de honra e de uma mulher só.

Obviamente, isso não significa que deixarei de observar e comentar o género feminino – estou comprometido, não estou morto. Uma vez Jacaré, sempre Jacaré! Mas não te preocupes, minha Ruiva, que aos meus olhos serás sempre tu a mulher mais bela e maravilhosa do mundo!

... A menos que estejamos a falar da Monica Bellucci, claro! Essa mulher é uma verdadeira Deusa (vejam o filme “Malèna” e perceberão porquê – que mulher!)! Perdoa-me a franqueza, Ruiva, mas, mesmo comparada contigo, a Monica Bellucci é...

... Quase tão bonita como tu. (Sou Jacaré, mas não sou parvo!)

AS MULHERES DA MINHA VIDA

Sou um Jacaré sortudo p’a caraças! Apercebi-me disso recentemente, durante uma tarde no Andanças, enquanto me passeava por Carvalhais enlaçado a duas meninas maravilhosas, uma em cada braço.

Desvaneçam-se desde já os lúbricos pensamentos de todos aqueles que a esta hora estão de sorrisinho cínico encravado ao canto dos lábios, a imaginar as orgias desbragadas que o Jacaré supostamente protagonizou por terras de Carvalhais! Não, meus amigos! O Jacaré não foi ao Andanças espalhar o deboche. Podê-lo-ia ter feito, se assim o desejasse. Mas não.

As duas meninas maravilhosas a que me refiro não são meras conquistas amorosas fortuitas e sem consequência. Longe disso! São, isso sim, duas das mais nobres e excelsas raparigas que eu já tive o prazer e honra de conhecer nestas quase três décadas da minha vida de Jacaré. Permitam-me que as apresente:

Ao meu lado esquerdo, a Douradinha. Ela é uma das minhas queridas primas de Coimbra e conheço-a desde que nasceu (até cheguei a andar com ela ao colo quando era bebé!). Tem apenas 16 anos, mas dá mostras de uma maturidade e de uma inteligência superior à sua idade. Além disso, é mui bela e extremamente meiga. Partilho com ela uma enorme intimidade, o que leva a que nos tomem por namorados, como aconteceu inúmeras vezes durante o Andanças, para grande gáudio nosso. Não tenho dúvidas que o gajo que ela escolher amar será um dos tipos mais sortudos à face do planeta. Mas ele que tenha cuidado! Porque se alguma vez se lembrar de a magoar gratuita e propositadamente, lhe arranco a úvula pelo cu com uma turquês.

Ao meu lado direito, a Ruiva. Conheci-a agora mesmo, durante o Andanças, no workshop de Danças Finlandesas (a propósito, têm em www.picturetrail.com/estrelinha bastantes fotos desse famoso workshop. Podem fazer uma sessão “onde raios pára o Wally” e tentar encontrar para lá o Jacaré. É divertido!). Bastou um olhar e algumas kizombas e houve logo magia entre nós. Partilhámos momentos deliciosos em Carvalhais, de enorme carinho e ternura, e, apesar de ainda não nos conhecermos bem (há que reconhecê-lo), sinto que esta rapariga é já muito especial para mim. Com tendência a tornar-se cada vez mais.

Uma é ruiva e a outra é loira (independentemente do que tu dizes, Douradinha!). E eu sou um Jacaré sortudo p’a caraças, a quem só falta uma morena para ter um poker de Damas.

... Espera lá! Falta?... Não falta, não! Porque eu já tenho uma morena que me é muito especial: a minha querida Evita! Todas juntas, estas encantadoras raparigas fazem um trio maravilha que este Jacaré muito se orgulha de conhecer. E amar.

Devo ter feito algo de muito certo numa vida passada qualquer, para agora ter o carinho e afeição destas três maravilhosas mulheres. Mas não perco tempo a questionar-me sobre o assunto. Limito-me a apreciar os frutos desta minha bela sorte. Sou MESMO um Jacaré sortudo p’a caraças!

segunda-feira, agosto 09, 2004

VIVA O ANDANÇAS!

Depois de uma semana afastado do bulício e da canseira da vida quotidiana, o Jacaré está de volta! Sujo e exausto, sim, mas muito feliz e já com saudades daquela que foi (até ao momento), sem dúvida, a melhor semana deste ano de 2004!

Para aqueles que não estiveram a semana passada em Carvalhais, S. Pedro do Sul, a participar no Andanças 2004 – o Festival Internacional de Danças Populares –, deixem-me dizer-lhes apenas o seguinte: SUCKERS!!! Tenho pena de vocês e das vossas tristes, tristes vidas!... Ná, ‘tou a brincar, não tenho nada. Cada um tem aquilo que merece!

E é melhor mesmo nem vos contar nada do que se passou nesta EXCELENTE semana. Para não vos fazer sentir pior. E, enfim, a verdade é que, mesmo que eu quisesse, não conseguiria – todas as palavras parecem-me demasiado pobres para descrever, em todos os seus detalhes e matizes, o quão maravilhosa foi esta experiência. Só mesmo vivida...

Eu podia falar-vos dos formidáveis workshops de Tango e Milonga, Street Dance, Danças Finlandesas (onde a mulher é que manda!), Pauliteiros de Miranda, Danças Irlandesas, Danças de Cabo Verde e Massagem Chinesa (para citar alguns) em que o meu grupo – a distinta Party do Jacaré – participou. Podia falar-vos da banhada que foram os workshops de Salsa a Par e Danças Ciganas. Ou do desvario que foram os Encontros do Umbigo. Podia falar-vos dos concertos à noite, ou dos quentes e sensuais bailes de Tango ou Kizomba.

Podia falar-vos das cantorias da nossa party na fila para o pequeno-almoço, quando toda a gente à nossa volta envergava caras ainda embrulhadas de tanto sono. Podia falar-vos dos duches de água fria (quando havia água!) tomados às oito da noite, entre muita risota e imprecações lançadas ao outro lado do tabique, onde as raparigas gastavam a água toda. Podia falar-vos das noites dormidas de pernas para o ar no solo inclinado e das conversas alucinadas com que os nossos vizinhos de tenda nos acordavam às quatro da madrugada. Ou podia simplesmente gritar: “Santa Cópula do Prepúcio!” e rir às gargalhadas, como tantas vezes fizemos durante a passada semana.

Mas não o farei. Ou, pelo menos, não o farei convosco. Já bem basta terem falhado a melhor semana do ano. Não precisam que eu ainda por cima vos esfregue nas ventas tudo o que perderam e o quão magnífico foi estar lá e participar na festa. Um conselho para todos vocês, os que se cortaram ao Andanças deste ano: experimentem ir para o ano. Digam que vão da parte do Jacaré. Serão bem acolhidos e nunca mais quererão outra coisa. Para os outros, aqueles que foram, os que dançaram e pularam, os que cantaram, os que tocaram e os que riram, o MAIOR abraço aqui do Jacaré. Para o ano lá nos encontramos outra vez! Count on it!

E, em especial para o estupendo grupo que formou a Party do Jacaré, todo o meu carinho e afeição vai para vocês: para o meu grande amigo Flogger, a minha mui querida e doce prima Douradinha, os meus excelentes amigos jOhn e Salex Go-Go. E também para as novas amizades, feitas num piscar de olhos, entre um tango e uma kizomba: as belas milongueras Nocas e Miana.

Para terminar, uma kizomba lenta e apaixonada num abraço forte e carinhoso para a minha adorada Ruiva. Tenho saudades de mergulhar o meu olhar e a minha alma no azul profundo dos teus olhos e emergir vogando docemente ao sabor da tua voz meiga. O meu coração é teu.

(Sim, eu sei que isto está para aqui uma lamechice pegada. Mas o blog é meu e eu faço com ele o que eu quiser! Quem não gosta, não come. E deixem-me a sós com a minha Ruiva. Vão dormir.)