sexta-feira, abril 09, 2004

SEXTA-FEIRA SANTA NO SANTUÁRIO

Passo o fim-de-semana alargado da Páscoa em Coimbra, de visita à minha tia e primas. Adoro estar com elas. São excelentes pessoas e tratam-me sempre muito bem. Convidam-me constantemente para ir a Coimbra e, com muita pena minha, não aceito tantas vezes quantas gostaria porque os milhares de actividades que compõem a minha vida (em especial, o emprego) não me permitem disponibilizar o tempo necessário para o efeito. Mas, desta vez, lá estou. A minha prima mais velha, em atenção à minha visita, organiza um intenso programa de festas para as duas noites que eu passo na cidade. Noite de sexta-feira: discoteca.

A noite começa bem. No café Mondrian, encontramo-nos com os seus amigos rockabilly. Dou por mim a recordar os desenhos animados da minha infância, com a minha prima e as suas amigas, uma das quais é Ruby Ann, vocalista do grupo rockabilly Ruby Ann and The Boppin' Boozers (que já tive oportunidade de ver ao vivo, em Agosto de 2001 no Clube Estefânia, em Lisboa – vejam vocês também as fotos da bela menina no site da banda em www.geocities.com/boppinboozers/index.html). Ela adorava “Les Cités d’Or” e a “Candy Candy.” Mas é sempre o “D’Artacão e os Três Moscãoteiros” e o “Tom Sawyer” que reúnem o maior reconhecimento e aplauso por parte daqueles que foram putos há quinze ou vinte anos trás. Junte-se-lhes ainda “Conan, o Rapaz do Futuro” e chegamos à conclusão que foram os japoneses os grandes responsáveis pelo florescer da nossa imaginação enquanto crianças. E ainda hoje continuam a sê-lo em relação às crianças actuais. Ele há coisas que não mudam.

Depois do café, ala para o Santuário. Segunda a minha prima, é discoteca para góticos, mas esta noite revela-se uma inesperada excepção (e desilusão). O DJ passa martelada e, na pista de dança, alguns betos abanam o corpo sem grande convicção. Factor gajas: fraco. Tanto em quantidade, como qualidade. Felizmente, pouco depois, a música muda. A Ruby, ao descobrir que eu sei dançar, tenta insistentemente conduzir-me ao ritmo de um swing. A mulher tem garra, mas pouco tacto. Diz que eu não tenho feeling. Explico-lhe que eu faço Danças de Salão – a música é a mesma, mas a dança é outra. Além disso, eu estou habituado a conduzir, e não a ser conduzido. Mas ela tem pouca paciência e depressa se desilude comigo. Melhor para mim, que não estava interessado em dar show naquele lugar. Ponto alto da noite: “Temple Of Love,” Sisters Of Mercy.

São quatro da madrugada e, com a night a chegar ao fim, resolvemos regressar à base. À última da hora, somos raptados e levados para o Famous Mouse, discoteca de engate para cotas. Ali, também já se gastam os últimos cartuchos. Os que deviam arranjar companhia para essa noite já arranjaram e os outros, resignados, vão aquecendo as mãos para o exercício... Factor gajas: médio em quantidade, muito fraco em qualidade – tudo material usado. Muito usado. Em contrapartida, alguns olhares mais lascivos na minha direcção afiançam-me que ali só há facilidades para um jovem minimamente bem apessoado, como eu. Declino. Tenho fome, sim, mas não tanta.

Pouco depois, regressamos a casa. São seis da manhã quando, finalmente, me deito para dormir, não sem antes fazer um pouco de reiki a mim mesmo, para limpeza e recarregar de energias. Ponto (ainda mais) alto da noite: a minha prima prometeu-me falar com o Pinela, vocalista dos Capitão Fantasma e dono da Bang Bang, loja de tatuagens em Sintra (e agora, também em Coimbra – check it out at www.bangbangtattoo.com), no sentido de se informar sobre a possibilidade de eu fazer um curso de tatuador com o gajo.

Se o plano for avante e se concretizar, abro uma tatto parlour chamada Jacaré Voador e ofereço descontos de amigo em tatuagens a todos os meus fiéis leitores. E às leitoras também, especialmente se elas quiserem tatuar as maminhas ou as nalgas. Há que saber fazer negócio.

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