quarta-feira, abril 14, 2004

ROMÂNTICO SUICIDA

Gosto de começar uma relação amorosa com uma declaração. Dizer na cara da rapariga em causa que gosto dela e que a quero namorar. “Ah, que romântico!”, ouço as minhas leitoras murmurar, entre suspiros. “Romântico,” o caraças! Suicida, isso sim! A declaração amorosa é, sem dúvida, o método de engate com mais baixa taxa de sucesso. Paradoxal? Sem dúvida, se atendermos à adoração bacoca que as raparigas têm por esse tipo de treta lamechas. Elas adoram vê-lo no cinema e sonham alegremente com o momento em que sejam elas as protagonistas de uma situação semelhante. Mas quando o almejado dia chega...

Hasta la vista, baby!

Gaja que é gaja não se deixa engatar por um tipo que se declare! Independentemente do que ela diga ou pense. Porque toda a mulher acredita que deseja o tipo de homem romântico, sensível e cheio de nobres sentimentos por ela. Ledo engano! A realidade, meus amigos, é que ela não faz ideia daquilo que quer! E, exactamente porque não sabe, ela tem horror a certezas.

Em termos práticos, dizer que sim ao gajo que se declara é como assinar um contrato: fica-se, pela própria palavra, entalada numa relação e depois é lixado voltar atrás. Pelo contrário, deixar-se embalar pela magia do momento, sob o luar de uma noite de Verão ou no escuro de uma sala de cinema, e, assim como quem não quer a coisa, permitir que ele a beije, deixa tudo em aberto. Porque, enquanto a relação não for expressa por palavras, é como se não existisse – pode-se sempre voltar atrás. Mesmo depois de algumas noites de curtição! É como deixar a porta dos fundos entreaberta, para que se possa dar à sola rapidamente, no caso das coisas não pegarem (ou azedarem). Porque rejeita ela o tipo que se declara? Porque o gajo que se declara tem demasiadas certezas. Ele sabe que gosta dela. Ele sabe que quer uma relação. Ela, pelo contrário, não. E, porque não, evita assumir uma relação. Tanta certeza assusta-a. E, não obstante a atracção que sinta por ele, mais depressa lhe vira as costas do que decide arriscar um namoro.

Inacreditavelmente, elas escondem este facto sob a capa de um falso romantismo. Querem fazer-nos crer que o envolvimento amoroso entre duas pessoas deve acontecer com o tal beijo ao luar ou na sala de cinema, porque é assim que as coisas se passam “naturalmente”. E só depois é que devem vir as palavras. Balelas! É perfeitamente “natural” dizer a uma rapariga que se gosta dela e que se quer namorá-la! Ela é que não está preparada para o ouvir!

Por isso, aconselho todos os gajos a tratá-las exactamente da maneira que elas preferem: enganem-nas. Convidem-nas para ir ao cinema e beijem-nas durante a cena de amor. Sem medos, que medo é coisa de gajo sensível, que tem escrúpulos. Pensem nelas como se fossem apenas carne e força nisso! É a morte do artista, quando um gajo começa a pensar que elas têm sentimentos antes de lhes saltar para a tanguinha fio dental (que elas hoje já pouco usam cuecas).

Quanto a mim... confesso que continuo a gostar de começar uma relação amorosa com uma declaração. Pode ser suicida, mas é a maneira perfeita de separar o trigo do joio. Porque eu não quero uma qualquer e ainda acredito que hei-de encontrar uma rapariga de quem goste, que saiba o que quer e não tenha medo de o assumir. Quanto às outras, as que preferem ficar pelo caminho, é porque não são suficientemente boas para mim. Não me interessam para nada.

A menos, claro, que tenham um cuzinho bem redondo e espetado. Mas, nesse caso, não me declaro. Afinal, não as quero namorar, só quero é ferrar-lhes o dente no cu. De cueca ou tanguinha, tanto faz. Nesse ponto, não sou esquisito. Importa é que o cu seja bom.

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