quarta-feira, novembro 03, 2004

“SIN CITY”

Leio o livro “Sin City: Mulher Fatal” (“Sin City: A Dame To Kill For,” no original), segundo volume da série “Sin City” (publicado em português pela Devir), do grande mestre da BD americana Frank Miller.



Dwight McCarthy é um homem torturado por um passado violento e obscuro, que ganha a vida a fotografar maridos infiéis para um detective privado sem escrúpulos. Um dia (ou antes, uma noite – pois em Sin City parece ser sempre noite), Ava Lord, o antigo amor da sua vida e a mulher responsável pela sua desgraça, contacta-o e pede-lhe ajuda. Segundo ela, Damien Lord, o milionário com quem se casou (e por quem abandonou Dwight), é um homem de gostos distorcidos e perversos, que encontra prazer em fazer torturar a sua própria mulher pelo seu guarda-costas Manute. Cedendo ao sentimento que, não obstante todos os seus esforços, ainda nutre por Ava, Dwight decide ajudá-la (what a sucker!), contando para isso com a preciosa ajuda do brutamontes Marv (o herói do primeiro volume da série). Assim começará uma viagem dolorosa e cheia de revelações imprevistas para Dwight, que culminará numa sangrenta vingança (estas coisas terminam sempre em vendettas terríveis, claro – olho por olho, dente por dente).

Não contarei o resto da história, para não estragar o gozo de quem esteja interessado em ler o livro – coisa que recomendo vivamente. Ao invés disso, e para aguçar o apetite de quem não conhece a série “Sin City,” aqui deixo algumas imagens desta genial e magnífica obra da 9.ª Arte. Apreciem.


O careca é Dwight McCarthy, o nosso homem, fotógrafo de trancadas ilícitas.


A boa da Ava. É por estas e por outras que um homem se deixa perder...


Dwight e Ava num momento de tensão (e o que não faltam nesta história são momentos de tensão – e de tesão, também).


... Que dizia eu?


“Portou-se muito mal, Sra. Lord. O patrão vai querer que eu a castigue.”


“Foste tu o cabrão que bateu no meu amigo!” O Marv é perito em cirurgia plástica sem anestesia – “Não o matei. Aliás, nem sequer o estropiei. Seis meses no hospital, no máximo. Tirei-lhe foi um olho.


Escoltadas pela pequena Miho, as gémeas entram em cena. Elas controlam a cidade velha, antro de prostituição onde nem os polícias ousam entrar. O leitor mais atento com certeza reconhecerá nelas Goldie e Wendy, personagens principais do primeiro volume da série (o sortudo do Marv comeu as duas – mas, infelizmente, não ao mesmo tempo).


Os dois detectives encarregados do assassínio de Damien Lord investigam o paradeiro de Dwight nos bares rascas pejados de bêbedos do costume. Nesta cena, a acção cruza-se com a história do primeiro volume (aquela cara retalhada do Marv é inolvidável).


Nancy, stripper no bar da Josie. “A Nancy tem um anjo da guarda. Mais de dois metros de músculos e violência em estado bruto chamados Marv.” (O Marv é o gajo que domina e o resto é conversa!)


A senhoria do Dwight depõe na esquadra: “O Sr. McCarthy era um bom inquilino. Pagava sempre a renda a tempo. Era sossegado e educado. Até arranjava coisas do prédio sem lhe pedirem. Se fez alguma coisa de mal, não consigo imaginar o que seja.” Apreciem a expressividade da imagem. O Frank Miller não sabe desenhar só gajas boas.


You talkin’ to me?!...


Go ahead, punk. Make my day.” A vingança do Manute será terrível! Olho por olho...

O filme, dirigido por Robert Rodriguez e pelo próprio Miller, deve estar aí a rebentar. Segundo sei, conta ainda com a participação de Quentin Tarantino como realizador convidado. Por norma, não sou apreciador de transposições da Banda Desenhada para o Cinema – porque tendem a ser redutoras, simplistas, limitadas e, regra geral, nada abonatórias para as obras que as inspiraram –, mas este é com certeza um filme que eu não vou perder.

0 Comentário(s):

Enviar um comentário

<< A Goela