HONDA CBR600F4
Está um dia glorioso! O tempo está óptimo, o Sol brilha e o meu grande amigo PP quer apresentar-me à sua nova menina. Por isso, aproveitamos o meu dia de folga para ir dar umas curvas com ela. E ouvi-la ronronar sobre o asfalto...

Não é bela? Até eu, que nunca na minha vida liguei pevas a qualquer tipo de bicho com rodas (seja mota, seja carro), não consigo ficar indiferente! Especialmente quando ela nos leva a dançar pela estrada fora, ondulando o seu refulgente corpo metálico ao sabor das curvas do tapete negro que se desenrola à nossa frente e até onde a vista alcança, sentindo a textura do asfalto a vibrar sob as plantas dos pés, o vento a aconchegar-nos a roupa ao corpo, o cheiro dos pinheiros a envolver-nos numa voracidade de movimento cujo único bálsamo é a saciedade dos quilómetros percorridos, que deslizam por nós fácil e habilmente devido à combinação da perícia do piloto e da eficiência da máquina!... Meta: Cabo da Rocha.
Chegados ao destino, deixamos a menina a descansar da corrida e descemos pelo flanco da falésia até à sua base, onde estamos mais perto daquele mar sem fim. Deitados ao comprido sobre os pedregulhos, gastamos alguns momentos a lagartar ao Sol quente daquele fim de tarde de Verão, filosofando sobre a Vida... E sobre gajas também. Evidentemente.
Pouco depois, regressamos. Fazemos o caminho por Sintra, para terminar o dia em pleno com uns travesseiros na Periquita (que o Jacaré é bicho guloso!). Mas há obras na estrada e encontramos o trânsito parado em muitos sítios... Coisa que não é problema para uma esguia máquina de duas rodas como a menina do meu bom amigo. E, com efeito, enquanto os carros, parados em fila, esperam e desesperam com os condicionamentos no trânsito, nós avançamos pela direita sem qualquer problema...
... Até que um dos carros parados à nossa frente, de repente, mete o pisca para a direita e, no mesmo momento, se destaca da fila para se atravessar... mesmo no nosso caminho!
O horizonte que à nossa frente estava tão azul, num piscar de olhos ficou todo preto! O meu último pensamento antes de embatermos no carro é aquela impotente tomada de consciência que normalmente anuncia a um gajo imediatamente antes de um acidente que não há qualquer hipótese de evitar a colisão. Depois, não há tempo para mais nada. Nem sequer para fechar os olhos...
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