domingo, julho 04, 2004

DESENHOS ANIMADOS

Sempre fui um grande apreciador de Animação (vulgo desenhos animados), seja ela tradicional ou digital, e de proveniência europeia, americana, japonesa ou extraterrestre. Exijo apenas uma única condição: que seja boa. Há cinco anos atrás, estive mesmo para ir trabalhar para um estúdio de animação, mas aquilo era gerido por uma corja de vampiros que queriam sugar-me até à alma, por isso, pus-me a andar. E em boa hora o fiz, pois, pouco tempo depois, um amigo meu, que caíra no conto do vigário dos gajos e se dera mal, definiu aquilo como “o McDonald’s da Animação.”

De resto, há para aí animação má p’a caraças, e nem sequer me refiro à técnica, mas apenas ao conteúdo. Basta, por exemplo, ligar a televisão num Domingo de manhã e tem-se logo uma amostra daquilo a que me refiro. Desenhos fatelas, personagens sem substância e argumentos medíocres, repletos de mensagens forçadas e moralistas à brava, completamente alienadas da realidade. Os mesmos clichés, over and over again, repetidos até à exaustão.

Por exemplo, porque é que, regra geral, os “bons” são sempre inteligentes e bonitos e os “maus” são feios e estúpidos? Ou melhor, o vilão-mor, apesar de (muito) feio, até costuma ser minimamente inteligente; tem é o mau hábito de se rodear de ajudantes burros e incapazes (o que, convenhamos, não abona nada a favor da sua inteligência). Seja como for, estas lógicas falsas e simplistas enojam-me. Julgo que se devia ter o cuidado (e sensibilidade) de ensinar às crianças que o “mau” a temer verdadeiramente não é aquele que é feio e estúpido, mas sim aquele que é inteligente, lindo e encantador. Porque é ele quem ganha a afeição das pessoas. Na Arte do Engano reside o verdadeiro perigo.

O maior estigma da Animação é ser considerada “coisa para putos.” Ou, por outras palavras, para mentes limitadas. Conclusão: tratam as crianças como atrasadas mentais e elas realmente tornam-se em adultos atrasados mentais.

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