sexta-feira, junho 04, 2004

ROCK IN RIO

Chego ao recinto do Rock in Rio quando já passa bastante das cinco da tarde. No Palco Mundo, os Civic já tocam. E o som é fixe. Mas aproveito a altura para dar uma volta pelo recinto, que não sei se mais tarde terei oportunidade (ou disposição) para o fazer.

Fogo, qu’ esta merda é GRANDE! E é só pessoal por todo o lado; faz-me lembrar o último dia da Expo (com a diferença que esta malta é toda mais dark, ou não fosse este o dia da metalada). Troco alguns euros por rocks (a moeda oficial do evento), para esbanjar em cerveja mais tarde, dou um pulo à Tenda Electrónica e à Tenda Raízes só para morder o ambiente (que, àquela hora, ainda está mortiço), passo na Área VIP para dar um beijo a uma amiga (e regalar os olhos nas belas febras que por lá se passeiam), dou um salto ao stand da Vodafone para curtir o Batepé – e ficar desiludido com a prestação feminina (porque diabos se metem elas naquilo, se depois acabam por boicotar a cena com o acanho, as hesitações e as negas? Não faz sentido! Mas, e daí, quem diz que elas fazem sentido?...) – e, finalmente, ala para o Palco Mundo, que os Moonspell vão tocar.

Bom concerto dos Moonspell, com a minha preferência musical a incidir sobre o material mais antigo – “Alma Mater” e “Vampiria” não podiam faltar, claro, com grande moshalhada a brindar aquela. Fecham com “Full Moon Madness” e, pelo meio, “Opium” leva as hostes ao rubro. Tiro umas fotos no meio do mosh com a minha SuperSampler® da Lomo®; espero que fiquem fixes! Se o pó deixar ver alguma coisa, claro. O piso é de terra batida e, quando o pessoal salta, é ver o pó a subir em nuvens imensas. Respirar aquilo é muita bom – fica-se com macacos lamacentos.

Curto à brava o concerto dos Sepultura que, de todas as bandas, era a única que não conhecia ao vivo. Tenho a sorte de ficar ao lado de uns cotas da minha idade que, tal como eu, curtem o som da era Max Cavalera. Não é que não goste do Derrick Green – o gajo é um bacano e tem uma voz do caraças. O problema é que deixei de ouvir Sepultura deles desde que eles kickaram o Max da banda (o próprio irmão; que coisa feia!). Ponto alto da prestação: “Roots Bloody Roots,” claro. Mas, para mim, é “Slave New World” e “Propaganda” que arrebentam à brava!

Slipknot é uma brutalidade! Que violência! Assim que o concerto começa, o mosh instala-se. As pitinhas que estão perto de mim são engolidas pela chusma enraivecida para nunca mais voltarem à tona. No palco, com novas máscaras (o DJ Sid abandonou as máscaras de gás e agora tem uma caveira – o cabrão roubou-me a ideia!) e algum novo som, a banda põe todo o recinto a saltar! É lindo o mosh brutal durante “Spit It Out,” a mesma brincadeira que os gajos fizeram em 2001 no Pavilhão Atlântico (I was there!). Só que, desta vez, a escala é muito maior! E o sacana do Palhaço Shawn a malhar nos barris com o taco de baseball de titânio! E o Corey a cantar o "Surfacing" enrolado na bandeira portuguesa! G’anda banda! Também tenho que formar uma assim, com montes de pessoal, para a malta ter tempo para moshar pelo palco e fazer a merda toda que quiser nos intervalos em que não estiver a tocar! Uma trip total! Só tenho pena de já estar a ressentir-me em demasia do pó na garganta, que me impede de continuar a gritar – isto dói p’a caraças!

Meio litro de Sagres depois e já estou mais aliviado. Descansa-se um pouco e depois ala para ver os Incubus – estava a pensar bazar até à Tenda Electrónica e curtir uma beca de martelinhos (só para o gozo), mas o meu companheiro quer ver estes gajos. Enfim, lá acedo. Mas arrependo-me – até as bolinhas eram melhores que aquela musiquita para meninas. Vá lá, ao menos, reconheço o dobro das músicas que esperava! Além de “Drive,” também “Wish You Were Here.” É o dobro!

E Metallica? Coming up next...

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