terça-feira, fevereiro 24, 2004

À CAÇA DE GAMBUZINOS

Os meus leitores são muito observadores. Reparam em tudo. Quando referi, na entrada anterior, que as raparigas que têm dificuldade em arranjar namorado são, na sua esmagadora maioria, “Marquesas que têm a mania que não são para o dente de qualquer um,” não foi por acaso que usei o quantitativo em negrito. E os meus leitores não só repararam que o quantitativo, apesar de elevado, não é absoluto, como comentaram e indagaram. A que tipo de pessoa corresponde então essa mínima percentagem, tão mínima que quase passa desapercebida, de raparigas que, embora tenham dificuldade em arranjar namorado, não se contam no número das Marquesas?

Essa mínima, quase inexistente, percentagem corresponde à mulher Madura. Não riam já, sua corja de cépticos existenciais! Ela existe! Muitas vezes confundida com a Marquesa, ou mesmo com a Frígida, a Madura tem dificuldade em arranjar namorado porque se apercebeu de uma verdade primordial, tão irrefutável quanto triste: os homens são, regra geral, uns sacanas sem princípios nem escrúpulos. Logo, ela, que sabe muito bem aquilo que quer, procura distância de qualquer um deles.

... À excepção do homem Maduro, claro. Abafem de novo as vossas risadas de puro cepticismo, ó gentes ignaras! Ele também existe! Mas a percentagem de espécimes neste mundo é tão reduzida que a sua existência é tida como um mito. Confesso que eu próprio duvidaria da sua existência, não fosse encarnar um perfeito exemplar desse raro espécimen.

Logicamente, as probabilidades de uma Madura encontrar um Maduro (ou vice-versa) são tão reduzidas quanto dois flocos de neve exactamente iguais darem uma cabeçada em plena queda. Contudo, por muito pequena que seja (e é, de facto, minúscula), ainda assim existe. E se há coisa a que o género humano se agarra desesperadamente e sempre contra todas as probabilidades é à mais ínfima esperança. Ainda que sejam maiores as probabilidades de apanhar um gambuzino...

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