sábado, fevereiro 21, 2004

ELAS É QUE O TÊM FÁCIL

Tomo um copo com alguns bons amigos. Conversa-se. Tema de conversa: a homossexualidade. Alguém conta o diálogo, a respeito das suas inclinações sexuais, mantido com uma amiga nessa mesma tarde. Dúvida dela: “Tu és gay?” Resposta dele: “Não. Porquê?” Justificação dela: “Bom, porque não tens namorada... e já há tanto tempo...”

O meu amigo ri-se. A rapariga que lhe pergunta isto é de classificação média-baixa, o que significa nota baixa na análise física e média na psicológica (e, vá lá, até estou a ser simpático na análise psicológica porque levo em consideração que a menina, para estrangeira, até é possuidora de um português fluente). Mas, no fundo, nada digno de registo a assinalar em termos de conjunto. Contudo, e obviamente, a rapariga em causa (como todas as raparigas, aliás!), tem o seu devido quinhão de ex-namorados e nem por um momento lhe passa pela cabeça que existam pessoas neste mundo que necessitam de dedicar esforços no sentido de arranjar namorada.

É rapariga e basta. A ela, para arranjar namorado, basta-lhe dizer que sim. Mas nós, representantes do género masculino, temos de nos empenhar, de nos esforçar, de convencer, de cativar (muitas vezes, de enganar), em suma, de ir à luta!, para podermos finalmente usufruir do doce sabor dos prazeres amorosos! É assim que a nossa sociedade funciona: o homem caça e a mulher deixa-se caçar. Por isso não tenho pena nenhuma das raparigas – qualquer uma delas, por muito feia, estúpida, gorda, velha, bronca e/ou nojenta que seja, tem um historial de relações passadas muito mais extenso que o meu! E porquê? Porque, no campo amoroso, a elas só lhes é pedido que decidam, pois há sempre um gajo disposto a comê-las.

Alguém me trava: “Epá, isso não é bem assim, porque também há raparigas que têm dificuldade em arranjar namorado e outras há que ninguém quer sequer comer!” Quimeras! Abram os olhos! A esmagadora maioria das que “têm dificuldade” são é Marquesas que têm a mania que não são para o dente de qualquer um – basta-lhes que o piço certo lhes mande a tanga certa e já foram. Quanto às outras, são tão reais como a Pedra Filosofal. Nem que a rapariga seja nojenta como a gosma que alguém vomitou, desde que tenha umas mamocas jeitosas, arranja namorado. Basta-lhe isso ou um cuzinho farto e redondo, próprio para umas sarrafadas malandras. Ainda que tudo isso lhe falte, até mesmo uma boca desdentada lhe arranja namorado – it’s not a pretty sight, but it gets the job done. No fundo no fundo, só o facto de pertencer ao género feminino e possuir um buraco entre as pernas, é condição única e suficiente para que haja sempre um gajo pronto a cantar-lhe baladas à janela. Caramba, mesmo que seja hermafrodita e, em lugar de rata, tenha um vergastalho grosso e mal-cheiroso, ainda assim haverá quem lhe queira jurar amor eterno!

É tão simples quanto isto.

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